Como é bom dividir a vida com quem gostamos, não é mesmo?! Cultivamos diversas formas de relação no mundo, mas, em especial, as relações amorosas costumam ser carregadas de grandes expectativas. É importante que estejamos atentos, já que aquilo que buscamos por prazer, pode vir a se tornar motivo de adoecimento. Infelizmente, relacionamentos abusivos e disfuncionais também acontecem e precisamos estar conscientes às nossas ações e do nosso companheiro(a) tanto para não entrarmos em um, quanto para não reproduzirmos essas dinâmicas. 

Então como garantir que as nossas relações sejam saudáveis? 

Para isso, algumas questões precisam ser levadas em consideração:

1) o outro com quem você se relaciona é um mundo à parte. Mesmo que tenham se tornado “nós”, o “eu” e o “você” ainda devem existir. Por isso, respeite a individualidade do seu parceiro(a). 

2) entenda que o outro não é uma extensão de você e não é sua a responsabilidade mudá-lo. Ele também tem valores, gostos, hobbies, e objetivos individuais que precisam ser valorizados. Sendo assim, apoie e incentive os seus processos;

3) uma relação, embora possa ser muito importante, não deve (e nem vai) suprir todas as suas necessidades. Então, mesmo que vocês sejam muito amigos (e isso é bem importante), cultivar outras amizades e ter momentos com essas pessoas é essencial para ambos;

4) diálogo sempre! Amor não é sinônimo de permissividade! Ninguém precisa aceitar tudo. Se algo lhe incomoda ou machuca, comunique ao seu parceiro(a) para que juntos encontrem os ajustes necessários. Da mesma forma, esteja disposto(a) a ouvir. Algumas mudanças podem acontecer e as necessidades individuais precisam ser consideradas. Não confie em interpretações e suposições sobre os pensamentos e ações do outro; o seu óbvio nem sempre é óbvio para ele. Portanto, comunique!

5) o sexo representa um importante momento de contato e vínculo para o casal e deve ser valorizado! Naturalmente, precisa ser por prazer e jamais por obrigação. Casados ou não, atos e intenções sexuais sem consentimento configuram-se como violência sexual e é crime. Portanto, a relação sexual de fato envolve consentimento e prazer para ambos. 

6) Perdão é uma atitude. Se você escolheu perdoar, se responsabilize e abrace a sua decisão daqui pra frente. Não cabe voltar ao erro a cada discussão, especialmente com a intenção de ferir o parceiro(a). Aja conforme a sua decisão, dando a oportunidade para que o outro promova mudanças;

7) vocês não são rivais. Na verdade, devem “jogar no mesmo time”. É preciso parceira, companheirismo e confiança, afinal têm um objetivo em comum: cuidar da relação;

8) prezem pelos momentos a dois, reinventem-se, usem a criatividade! A rotina muitas vezes acomoda, faz com que deixemos de lado aquilo que é essencial. É preciso estar atento. Amor quando não cultivado acaba SIM!

9) Faça a sua parte! É sua a responsabilidade do seu autocuidado, de suprir suas necessidades individuais e de desenvolver outras áreas da sua vida que também são importantes. Quanto mais fortalecidos e realizados estamos com as nossas próprias questões, menos depositamos no outro a expectativa de nos “fazer feliz”. Essa tarefa é individual;

10) Relacionamento é troca. Não carregue sozinho(a) uma relação, porque uma hora ou outra esse peso se torna insustentável. Perceba se há disposição de ambos para fazer o relacionamento funcionar. E escolha se retirar daquilo que lhe faz mal.Dinâmicas que estimulam ansiedade, insegurança e baixa autoestima, comportamentos agressivos e manipuladores e de isolamento social são característicos de um relacionamento abusivo. Esteja atento(a) aos sinais, peça ajuda quando necessário. E compreenda que, nesses casos, não ter um relacionamento pode ser o ato mais importante e saudável no cuidado com a sua saúde mental.